Paula Cassim

Até onde vai o desespero humano ?

As pessoas são desesperadas. Sim, somos. Tô sim, tô colocando todo mundo na roda. Acredito que antes de descer pra *Terra*, todo mundo passou na fila da ansiedade pelo menos umas três vezes. Tem gente que passou umas dez e este é o caso de algumas *mocinhas* que eu me deparo nas quintas de Miller. Miller é um bar que tenho o imenso prazer de continuar frequentando às quintas-feiras. Bar que eu frequento à pelo menos dez anos. Bar que eu frequento com meu pai. Bar onde eu cresci, onde vivi boas histórias da minha vida. Bar que eu já cheguei a frequentar todos os dias, menos domingo. Menos domingo, porque domingo não abre. Já reclamei, mas o povo tem que descansar. A maioria das *mocinhas*, em uma querida padronização, são separadas, divorciadas ou viúvas e lóóóóógico, estão lá a procura de um par. Um par não. Um par PER-FEI-TO! Existem as excessões, ao qual tomo a liberdade de me incluir. Somos excessões porque temos menos de 40 anos, no meu caso 25, porque frequentamos lá por causa das boas músicas e PRINCIPALMENTE por causa do ambiente FAMILIAR proporcionado pelas pessoas que lá trabalham. Mas, parece que estas *mocinhas* aí, nem de longe pretendem manter aquilo lá um ambiente tão familiar assim. Ao menos que o FAMILIAR for relacionado a encontrar um MARIDINHO. Um maridinho pra pagar suas contas e ajudar a cuidar dos seus filhinhos. Sim, elas os tem. As *mocinhas* são bem esticadas, digo, bem cuidadas! Ir ao Miller passou a ser uma tarefa divertida, além de agradável. *Mocinhas* em seus diferentes modelitos “fatais”, abusam de roupas decotadas, transparentes e com motivos da amazônia, vulgo *oncinha*. Mas melhor do que vê-las dançando como a Xuxa e sus paquitas, com as mãozinhas pra cima imitando dançarinas da dança do ventre (sim, eu sei dançar porque fiz aula e porque tá no sangue), é vê-las *atacando* os moçoilos de plantão! É uma alegria CONTAGIANTE! Sempre achei meio feio as meninas que dão em cima descaradamente dos caras, mas confesso que ver as *mocinhas* de mais idade, ou de idade mais avançada, ou ainda, quase na “melhor idade” atacando é no mínimo divertido, pra não falar ridículo. Elas se jogam, ao ponto de deixar os coitados sem ar no ambiente para respirar, e agem como se aquele mocinho fosse a última chance de sua vida. São capazes de sair no tapa com outra que, por ventura, venha se interessar pelo mesmo rapaz. Nunca tive o prazer de ver uma cena deste tipo, mas da forma como agem, acredito que em muito breve não passarei mais vontade. Eu sou uma pessoa muito tranquila, paciente, mas confesso que luto pelo que eu quero com unhas e dentes, mas com a diferença de saber esperar a hora certa, mesmo porque acredito que tudo tem sua hora certa. As pessoas tem que aprender a ser menos ansiosas, a deixar as coisas acontecerem naturalmente sem forças situações. Na hora certa, se tiver que ser, vai ser. Muitas ali me olham torto. Talvez porque sou mais nova, talvez por eu ter idade para ser filha delas, talvez por eu vestir roupinhas da minha idade, iguais as que elas usam, mas que em mim caem bem, mas acredito que é porque eu tô lá para me divertir. Fato, que elas ajudam pra caramba nesta tarefa, mas eu me divirto sem precisar caçar. Deixo esta parte para o destino, que diga-se de passagem, está sempre conspirando ao meu favor. Para curtir não tem idade e admiro demais todas as pessoas que lá frequentam, porque a vida foi feita para isso mesmo. Para curtirmos bastante, para reunir amigos, dançar, conversar, celebrar! Só que temos que tomar cuidado para não parecermos ridículos às vezes e depois colocar a culpa na bebida. Flertar, paquerar, namorar, é bom demais. Mas melhor ainda é quando você encontra uma pessoa por um espelho de bar, melhor ainda é quando você passa a noite inteirinha trocando olhares e risadas, tudo bemmmmm natural, sabe? Sem esta coisa intensa e vulgar de se atirar, de ficar rondando e não deixando a figura circular. Deixa o moço livre, que se ele voltar é porque você o conquistou!

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