Paula Cassim

Vivendo à moda antiga …

Às vezes eu paro e penso no como eu queria ter nascido antes. Eu queria ter nascido naquela época onde as mocinhas andavam com aqueles vestidos rodados enooooormes e guarda-sol e os mocinhos de chapéu, terno e gravata. Nem tanto por eu achar o máximo homens de terno, nem por ficar brava quando eu vejo dentro do metrô várias mulheres em pé enquanto um monte de “marmanjão” estão sentados. Mas porque tudo era mais bonito, poxa. Além de existir o cavalheirismo, que hoje só existe em pensamento e nas más intenções dos homens quando querem conquistar, existia também toda a delicadeza nas ações e nas palavras. Não tô falando daquele português difícil recheado de “a senhorita me daria a honra de uma dança?” nem tão pouco de farmácia com PH. Às pessoas quando se interessavam umas pelas outras passavam meses, eu disse ME-SES, se olhando, indo todo santo dia ao mesmo lugar com toda a paciência de *JÓ* só para se encontrarem e trocarem somente um olhar. As pessoas tinham medo da reação das outras pessoas, quando resolvessem assumir um romance. Sim. Naquela época era “romance”. Conversavam muito, se entendiam, e o resto era tudo uma grande consequência. Pediam permissão para quase tudo. Era tudo muito bonito, muito natural. Não existia medo de traição, medo de decepção, medo de ser passado pra trás, simplesmente porque as pessoas levavam à sério os sentimentos e as palavras jamais eram da boca pra fora. Nunca ouviram falar na expressão “se eu falei tá falado?”. Naquele tempo uma palavra era lei, se alguém desse *à palavra* não voltava à trás, muitas vezes nem de contrato precisavam. Tempos difíceis, onde todos tinham que ter muita paciência se queriam conquistar alguma coisa ou alguém. Ultimamente tô identificando mais pessoas que também gostariam de fazer parte daquele tempo. Onde foi parar todos aqueles ensinamentos tão rigorosos daquela época nem tão muito distante assim? Dá pra usar pelo menos no metrô, meninos?

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