Paula Cassim

Sem paciência

Ele está numa fase onde alterna bons e maus momentos e eu, em uma onde alterno pouca e muita paciência. Mas hoje, especificamente hoje, arremessaram uma bomba nuclear bem em cima da pouca paciência que me restava. Nuclear, porque a falta dela (a tal paciência), consegue abalar uma multidão no raio de cinco quilômetros e meio de distância, levando em consideração que eu sou o centro. Passei meus últimos quinze minutos ao lado de uma pessoa que falava demais. Falava muito. Muito mesmo. Não parava de falar, não usava vírgulas e ainda era sistemático. Queria me convencer a todo preço, que eu precisava acompanhar a leitura do cronograma de alterações junto com ele. Um cronograma incrivelmente auto-explicativo, que com pouca sorte, eu conseguiria realizar em menos de três minutos. Mas ele insistia em narrar linha por linha daquele maravilhoso manual de três páginas e meia. Dei quatro opções diferentes, sendo que duas delas eram *chances* para que ele suspendesse toda aquela doutrina em torno do que era auto-explicativo, mas ele não cessou. Falou, falou, falou, falou, ao ponto de eu me sentir tonta, confusa, irritada e temperada com todos aqueles sentimentozinhos chatos que nos incomodam quando sentimos muito calor, sono ou fome. Na melhor parte, a despedida, ele saca um conjunto de folhas grampeadas e diz que tomou a liberdade de inserir as alterações no corpo do texto, ou seja, o cronograma não seria mais necessário. Voltei para cá, com uma enorme sensação de que comer pão de batata LOGO CEDO faz mal e anotei na minha agenda para que eu não faça mais isso. Percebi que nas últimas semanas, meu café da manhã estava sendo recheado de batatas Pringles sabor páprica, regado com coca-cola normal de latinha e eu não vinha tendo problemas de falta de paciência, cansaço, dor de cabeça e irritação. A culpa é do pão de batata. Certeza.

Aviso aos navegantes: Falarei MENOS à partir deste instante. Pessoas que falam muito são chatas demais. Nunca se sabe quem acabou de comer pão de batata e irritar o próximo é um ato, no mínimo,  desnecessário. E não me peçam calma. Ok?

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