Paula Cassim

Como manter (sobreviver) o relacionamento nesta pandemia e se sair das brigas mais comuns nesta fase

O caos da pandemia trouxe além do medo e da insegurança, tanto física quanto financeira, o descontrole total em diversas áreas da nossa vida.
Tudo o que queremos é ter a tão sonhada estabilidade e quando acreditamos ter uma vida tranquila e equilibrada, a pandemia vem e faz o caos em todos os aspectos.
E nesta brincadeira, os relacionamentos acabam sendo afetados. Por mais que a gente tenha discernimento necessário para saber separar as coisas, até certo ponto conseguimos. Mas a medida que as coisas vão se complicando em outros setores de nossas vidas, fica meramente impossível termos cabeça para sabermos dividir e consertar uma coisa sem estragar a outra.

Traduzindo em migalhas: Vem a pandemia. Com ela você perde o emprego, ou cortam o seu salário na metade, reduzem sua produção, seus clientes somem, você tem um comércio que simplesmente tem que fechar as portas e sumir no meio da multidão. E que multidão? Você até ontem tinha suas contas pagas. Bom, pelo menos boa parte delas, ou existia pelo menos um equilíbrio entre saber quanto se recebia e quanto se podia gastar. Agora nem isso. Junto com todo este caos financeiro, você provavelmente criou uma crise de ansiedade, digerido pelo medo de se pegar a doença, em meio a tantas notícias de mortes em sua volta. Ou mesmo uma depressão, por ter que se afastar de familiares, amigos e da sua rotina, saídas, passeios, viagens.

E aonde entra o seu relacionamento nisso? As pessoas não estão bem. E quando você entender isso, vai ver que não basta você estar bem. Você pode ter conseguido manter sua sanidade, seu equilíbrio, mas e a pessoa que está ao seu lado? Quando entramos em um relacionamento, aprendemos (na raça, no amor ou na dor) que somos pessoas diferentes. Por mais parecido que possamos ser, por mais coisas em comum que você possa ter com a pessoa que está ao seu lado hoje, momentos, circunstâncias acabam fazendo cada um reagir de um jeito. Gostos e preferências podemos combinar, agora reações? Como podemos prever reações, como o outro vai reagir a cada coisa boa ou ruim que acontecer a não ser vivendo?

Não é porque você se sai bem a cada coisa que te acontece, que sabe controlar suas emoções, e dar a volta por cima que o planeta inteiro consegue também. Não tente enfiar dentro da cabeça da pessoa o como você acha que ele deveria pensar, fazer o agir. É fato que dentro de um relacionamento estamos juntos para somar, para aprender, para ensinar e é incrível quando conseguimos absorver e aprender as qualidades e coisas boas do outro. Eu adoraria ser mais calma, mais zen, mais desligada, adoraria não me importar com tanta coisa, levar a vida mais leve. Se o meu parceiro é assim, porque não observar o jeito dele, tentar enxergar como ele faz para ser assim, copiar, passar a aprender este novo jeito de se viver muito melhor? Mas as pessoas complicam. Acabam aprendendo só coisa errada, só a parte ruim. Nunca falou palavrão, e começa a falar um monte, só porque anda com quem fala. Nunca foi nervoso no trânsito e de tanto andar com o marido que espragueja tudo e a todos, acaba fazendo instintivamente isso também e vou te falar, isso é um caminho sem volta! É óbvio que a pandemia vai afetar o seu relacionamento em algum momento. Você vai ficar nervoso por causa de dinheiro e seu nervosismo te fará ter sono, você passará mais tempo dormindo do que conversando e fazendo o que sempre fez dentro de casa. Ou vai estar mais nervoso e quase tudo vai te irritar. Seu paladar vai mudar, sua rotina, até o volume da TV vai te tirar do sério, quem dirá a pessoa que está ao seu lado. E mesmo sem culpa e tentando te agradar, fazendo suas vontades, você vai descontar nela. Não porque você quer, não porque ela te fez alguma coisa, mas porque ela está mais próxima. Não deveria ser normal, mas é. Se a pessoa está nervosa, a regra é clara: Deixe ela quieta. Não fique perguntando o que ela tem, se quer isso, aquilo, só vai deixar a pessoa mais irritada. Vai tomar seu banho, fazer sua janta e cuidar das suas coisas que quando a pessoa sentir que você está diferente, ela virá atrás te falando alguma coisa bem aleatória pra puxar assunto e sinalizar que não é com você.

Temos que respeitar o espaço do outro desde sempre quando nos aventuramos na incrível arte de querer entrar em um relacionamento. Agora imagina em uma pandemia… Onde os nervos estão a flor da pele. A pessoa pode não ter medo da doença, de pegar, quer levar uma vida normal como sempre levou. Mas você tem medo. Você quer evitar sair, quer ficar em casa o máximo que conseguir, não quer se reunir com ninguém. Como digerir isso? A pessoa tem que entender o seu medo e te respeitar. Não é simplesmente “você que está com medo, então fique, vou sozinho”. Porque se a pessoa for e voltar pra casa com a doença, passará para você.

Como sair dessa? O fato é: Se ele não entende seu medo, não respeita seu medo e sua saúde, o que você está fazendo ao lado dele? Não dá pra prender a pessoa como se estivesse em uma jaula, mas tem que existir o bom senso e o meio termo. Saber o equilíbrio da coisa é um mistério, mas só você, dentro do seu relacionamento saberá dosar até onde dá ou não para ir. Muitos relacionamentos estão acabando na pandemia por conta disso, justamente porque um morre de medo de pegar e não quer sair pra nada e o outro não abre mão de encontrar os amigos e continuar a vida normalmente. Tem que sentar e conversar. E o fato é que vai dar briga. Porque somos todos diferentes e, como eu disse, em nossos medos também. Você tem medo de barata, ele não. Você tem medo de pegar uma doença e ele não. Simples assim. E nesta brincadeira, os casais vão se separando, porque não conseguem se reinventar e passar por esta fase juntos, um respeitando os medos, as inseguranças, o caos do outro. É difícil ficar em casa pra quem levava uma vida agitada? Muito. Não adianta discutir. Mas também não adianta colocar a sua vida e a sua saúde em risco por causa de outra pessoa, seja ela quem for. Se não te respeita não te merece. Fim. Não cabe nem discussão. Mas dá para tentar antes de ser radical. Dá para conversar, pedir com jeitinho, sem impor, sem demonstrar que você está querendo mandar nele. Inverte as coisas. Fala sobre as pessoas que você conhece que perderam pessoas que amava pra esta doença. Mostre sua sensibilidade diante a esta situação. Tente inventar coisas divertidas e diferentes para fazer dentro de casa. Uma série nova, filmes, jantarzinhos, aperitivos e drinks em casa, se você deixar seu relacionamento cair na rotina é queda livre. Ninguém aguenta. Mas não imponha nada, não deixe transparecer que você está se esforçando pra achar coisas diferentes pra fazer todos os dias, muito menos que está amarrando ele no pé da cadeira. Simplesmente haja naturalmente, faça coisas aleatórias como se elas não estivessem programadas previamente na sua mente. Aos poucos ele vai se acostumando com a nova rotina, passa a gostar destas coisas que vocês vão fazendo em casa e naturalmente ele mesmo não sentirá tanta falta de estar em outro cenário.

Dentro de um relacionamento, você tem que negociar sempre, e sempre demonstrando que não está pedindo, não está impondo muito menos mandando. Quando quiser fazer ou pedir alguma coisa, você tem que planejar a melhor maneira de expor o que quer sem parecer que esteja intimando ele. Você dá uma volta a mais no planeta e acaba passando a mesma informação só que de uma forma bem mais amistosa e que no fim ele vai acabar te agradecendo por aquilo. Óbvio que estas técnicas você vai pegando com o tempo, e também com o tempo vai aprendendo como lidar até tudo ficar no automático e você não ter que pensar tanto em como fazer, falar ou pedir o que quer. No meu livro “Conquistar é fácil, difícil é manter” que está a venda também em formato e-book na Google Play e na Apple Store, pelos aplicativos do celular ou clicando em LOJA no meu site, você encontra muitas destas técnicas. No meu curso “Como manter o seu relacionamento” e “Como fazer seu relacionamento voltar a ser o que era antes” também. Vai lendo, vai praticando, e vai me contando e deixando nos comentários como você está conseguindo sair dessa e se manter firme e forte nesta pandemia!

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