Paula Cassim

Assassinando o português. Os índios do meu Brasil… mim, mim, MIM!

Nascemos no Brasil. Somos brasileiros. Poucos tem acesso a constituição federal. Poucos sabem dos seus direitos e deveres. Agimos em uma eterna *jurisprudência* diária. Observando as regras que devemos obedecer. Seguindo o famoso *caminho da roça*. Mas uma coisa é certa, falamos a mesma língua. A língua portuguesa que muitos assassinam. Em meio a tantos sutaques, em meio a tantas gírias, o mínimo é termos conhecimento da concordância verbal. Aquela coisa de saber juntar verbo + pronome + pontuação correta e formar frases, sabe? Muitos não sabem. Triste quando não sabem de não saber mesmo, porque errar é humano e todos nós temos o direito de errar ao escrever. De vez enquando. Mas tem gente que abusa. Força a amizade. Erra sempre. Todo dia. Toda hora que fala. Toda hora que escreve. Mesmo assim é perdoável. Falta de leitura, talvez. Mas imperdoável mesmo são erros gramaticais vindo das pessoas que estão no ensino superior. Pior, no curso de direito. Convivo com uma turma destas. Tá explicado minhas crises diárias? Leio JUIZ escrito com S. Leio Código Civil escrito com Ç (ÇIVIL). Erros inexplicáveis. Não há explicação. Não adianta, não existe. Ninguém confundível o C ou com Ç ao ecsrever CIVIL. E qual estudante de direito não sabe que o JUIZ é com Z? Eles não sabem. Fico feliz, porque são menos *alguns* para competir comigo lá fora. Fico imaginando como eles escreverão EXCELENTÍSSIMO na petição, se juiz é com S. É triste, gente. Aí você abre um e-mail de outro aluno. A concordância verbal não existe. Não há sentido para as frases. O pronome, nem com reza brava, consegue conversar com o verbo. Estão brigados. Para sempre. O *mim* do índio é fato consumado por aqui. O índio está entre nós da forma mais que concreta: Manda para “mim” pegar para você. O *MIM* não é índio por aqui. O *mim* é estudante de direito. Em um parágrafo inteiro onde eu quase morri sem ar. Não há vírgulas. Dou um desconto. Quem sabe a tecla da vírgula não esteja quebrada no teclado do indivíduo? Palavras sem acento. Frases sem pontuação. Ninguém tem a obrigação de saber, mas estudantes de direito deveriam ser obrigados a por a mão na consciência e dar uma lidinha no jornal. Todo dia. É assim que se aprende a escrever corretamente. Na prática. Na leitura diária. Ouvindo, lendo, falando. Feio não é confundir um S com Ç. Feio é ficar na dúvida e não querer abrir o dicionário para consultar. Pense nisso.

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